- AO RIO AVE
Meu companheiro de menino e moço,
a quem eu devo mágicos instantes:
Recebe este postal – já que não posso
andar contigo, como andava dantes,
a prescrutar os peixes coleantes
nos infantis mistérios de algum poço;
depois – a vez primeira em alvoroço -
a lançar-te meus braços confiantes
e a navegar contigo, já sem medo,
entre a grácil luxúria do arvoredo,
ou descansando nas ridentes vargens...
Desculpa que não vá. Custa-me ver-te,
doente e sem doutor que te conserte,
coçando as tuas chagas contra as margens.
( Renato de Azevedo )
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home